sexta-feira, 1 de outubro de 2010

JUVES 2010




No dia 26 de Setembro São Bernardo do Campo sediou a JUVES 2010. Com o tema: " Mudanças climáticas e seus efeitos migratórios " os jovens escalabrinianos foram convidados à pensar um pouco mais sobre a verdade inconveniente do descaso com a natureza.

O domingo mesmo chuvoso foi empolgante, estava na programação: Missa, louvor, partilha, interação, depoimentos e apresentações.

Falou-se em sustentabilidade, desastres naturais e migrações ... num mundo capitalista, onde se impera o lucro, o estilo de vida do consumismo tem agravado os desastres climáticos, que se tornaram cada vez mais freqüentes. Infelizmente não nos faltam exemplos, o noticiário exibe a natureza revirada, o sofrimento das vítimas, milhares de desabrigados, órfãos, tristeza, dor ...

O culpado? Toda uma sociedade que polui, desmata, usa e abusa dos recursos naturais como se eles fossem infindáveis.

Enquanto isso cada desastre deixa um rastro de vítimas, muitos já não tem mais a pátria pra retornar, porque foi literalmente por água abaixo ou se desmoronou junto com seus sonhos, são milhares de desalojados, inúmeras migrações forçadas.

Estavam presentes haitianos que sentiram a experiência da perda, narrando a dor de perder seus familiares no recente terremoto que resultou em 32 mil vítimas.

Quantas mais famílias serão destruídas? Quantos mais lágrimas terão que cair? Até quando a soberba economia se renderá ao dinheiro? ... já estamos atrasados, todos precisamos acordar para o uso sustentável, para o uso consciente, o que será das próximas gerações? O futuro se constrói no presente. Ou mudamos nosso modo de vida ou esta história não terá reticências.


Preocupados com o ambiente os organizadores da JUVES elegeram até uma música como hino por refletir bem o propósito do tema, a múscia é antiga, mas o apelo é atual:

Natureza, Espelho de Deus ♪
Eu sou a água dos rios das beiras da terra
A dar de beber as sedentas sementes
Eu sou a nascente, o cerrado e a serra
Eu sou o grito de dor da madeira ferida
A relva, a selva, a seiva da vida
Peão boiadeiro que o laço não erra

Eu sou o doce das frutas, a erva que amarga
O quarto de milha e o mangalarga
As águas revoltas são os prantos meus

Quem envenena meus mares, me queima e desmata
Me sangra sem pena, aos poucos me mata
Não vê que eu sou o espelho de Deus

Eu sou a natureza, indefesa, não me trate asim
Eu sou a aguia, a baleia e o angelim
Somos irmãos da terra, pedra, bicho, planta, gente, enfim
Pra que essa vida viva cuida bem de mim

Eu sou o sol das manhã sobre minhas campinas
O frio das neves, as claras colinas
Os pássaros livres, a sombra que resta

Eu sou o bicho do mato, a flor pantaneira
Eu sou a savana, a serpente, a palmeira
O cheiro do verde que vem da floresta

Sou cavaleiro do mundo, eu sou a boiada
Eu sou o estradeiro e o pó da estrada
Sou crença nos olhos dos homens ateus

Quem me devasta, me fere, me caça, me extingue
Me arranca as raizes não deixe que eu vive
Não pode se ver no espelho de Deus

Eu sou a natureza, indefesa, não me trate asim
Eu sou a aguia, a baleia e o angelim
Somos irmãos da terra, pedra, bicho, planta, gente, enfim
Pra que essa vida viva cuida bem de mim




Todos cantaram junto pela natureza indefesa que clama por cuidados e o domingo seguiu animado e foi encerrado com as apresentações de cada grupo. Os jovens escalabrinianos de Vicente de Carvalho-Guarujá foram os últimos e levaram ao palco a idéia da conscientizarão e preservação (foto).


• Emilly Brito

Um comentário:

  1. Texto impecável como sempre. Também né, quem escreveu?
    Muito legal esse evento, apesar de eu não ser da igreja, mas acho muito interessante juntar os jovens e fazê-los parar pra pensar um pouco no que há ao seu redor.

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